Merlim registrou em seus pergaminhos a história de três livros magníficos, num texto que apenas recentemente foi traduzido (em parte), e o que pôde ser lido descreve três livros dados como uma dádiva aos homens, segundo seus dizeres, foram entregues:
“…em diferentes mundos, em diferentes épocas…”
Tais livros foram escritos com a permissão do Criador, porém, não totalmente segundo Seus desígnios e, mais tarde, foram entregues somente aos homens. Naturalmente existem opiniões divergentes quanto a interpretação correta do que os textos nos informam, contudo, a ideia mais aceita pelos filólogos é que cada um deles possuem um propósito e circunstancias distintas para que possam se manifestar: o primeiro não abrange uma forma física, tampouco tem nome e apenas pode ser escrito por pessoas comuns, porém sob circunstancias especiais: regido por sonhos e/ou inspirações o portador momentâneo (como é chamado ao longo do texto) será levado a criar histórias fantásticas, entretanto, todas elas seriam um tipo de transcrição de visões obtidas de um outro mundo ou de uma geração diferente, seja ela “esquecida”, ou “ainda não conhecida”. Neste aspecto, afirma-se que muitos dos livros já expressados pelos homens seriam então histórias verossímeis, e que os seus autores tiveram a posse do primeiro dos livros, que recebeu a alcunha de “Livro dos Sonhos”; o segundo livro parece abranger uma outra classe de escritos, sendo chamado ao longo do texto de, “Livro Espiritual”, teria a capacidade de assumir formas físicas (e conteúdo) diferentes, e desempenhou um papel mui importante no decorrer da história: destinado à aqueles que moldam as bases do mundo com seus feitos, um guia para os grandes mártires dos homens em suas jornadas, sem que os mesmos, nem o mundo (ou mundos), saibam. Segue o único paragrafo que pôde ser traduzido completamente:
“Manifestarás na tua forma um livro primoroso, um Livro Espiritual, aparentemente ordinário e ainda por ser preenchido. Ao portador, revelarás os segredos para tua criação e propósito, para que possa ser também mais um, entre todos os mestres, que tutelaram guerreiros, líderes e santos ao caminho vitorioso sem que se apercebessem; e jamais o saberão, pois o livro tomará a si próprio e viajará ao próximo portador.”
Teria então ele, o Livro Espiritual, um papel tão importante assim na história daqueles que foram, às vezes, chamados de grandes, ou mesmo de terríveis homens?
Por tal descrição, poderiam se enquadrar todos os escritos de caráter religioso, livros que buscam trazer uma luz quanto a origem e destino da existência?
Os versos de Merlim porém, estão escritos numa forma de enigma, derivado de idiomas já extintos, o que torna sua tradução, no mínimo, desafiadora. Por conta das dificuldades, o terceiro é o mais envolto em mistérios e apenas pôde-se traduzir um pequeno trecho porém, esta é a mais intrigante descrição dentre os três, as palavras traduzidas foram:
“…arrancadas do Livro da Vida…”
Realmente se trata de um livro composto por páginas arrancadas do Livro da Vida do Criador?
Se sim, quais seriam os “poderes” que possuí?
Alguns poderiam até apontar a impopularidade atual dos tomos antigos em face de nosso atual nível de veiculação do conhecimento, bem, parece que Merlim estava um passo a nossa frente:
“…seja a música ou a arte… unicamente a palavra expressa em manifestação abriga o dom concedido através do Criador… e têm a autoridade para realizar ou…”
Ainda resta muito a ser traduzido, seu significado completo está longe de ser visível, somado ao fato das condições adversas em que os registros foram conservados, nos leva a crer que jamais saibamos a verdade…
WILLIANS, Almir. Biblioteca Eratóstenes. TEXTO NÚMERO 1.029.
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